Gasta-se dinheiro público... sem ver o que faz....

19/05/2009 - 12h38

Responsáveis por distribuição de livro com palavrões serão punidos, diz Serra

Da Redação
Em São Paulo

O governador José Serra (PSDB) afirmou nesta terça-feira (19) que vai punir os responsáveis pela distribuição de livros de apoio com palavrões. As obras continham expressões não apropriadas para alunos da terceira série do ensino fundamental, na faixa etária de nove anos.

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"Abrimos sindicância e os responsáveis serão punidos, pois cometeram algo muito grave", disse Serra em entrevista ao programa de televisão SP TV.

História em quadrinhos com conteúdo impróprio para crianças da terceira série que estava em livro distribuído pela Secretaria de Educação da gestão José Serra (Foto: Reprodução)

O governador classificou o episódio como "muito grave". "É menos grave ter um erro de impressão do que um livro que tenha problemas de conteúdo como esses", disse Serra.

A fala do tucano é uma referência ao episódio da distribuição de livros de geografia para alunos da 6ª série do ensino fundamental com erros em mapas, ocorrido em março deste ano, na gestão Serra.

Os livros traziam um mapa com dois Paraguais e ainda erros de digitação. "Isso não é um erro que alguém possa ignorar. Ninguém acha que tem dois Paraguais. Acho que houve algum problema de impressão, mas acho que secretaria deveria revisar os materiais", afirmou o governador na época.

De acordo com o governador, os 1.216 exemplares com problemas devem ser recolhidos e, diz Serra, muitos deles nem chegaram ao contato das crianças.

O livro contém 11 histórias em quadrinhos produzidas por diversos cartunistas. Uma das mais criticadas por especialistas, de autoria de Caco Galhardo, traz uma caricatura de um programa de mesa-redonda de futebol na TV. Enquanto o comentarista faz perguntas sobre sexo, jogadores e treinadores respondem com clichês de programas esportivos, como "o atleta tem de se adaptar a qualquer posição".

Veto à lei anticoxinha

O governador vetou nesta segunda-feira (18) um projeto de lei que impedia a comercialização de frituras, refrigerantes e doces nas cantinas escolares. A proposta acabou conhecida como lei anticoxinha.

De acordo com o tucano, o veto ao projeto de lei ocorreu porque seria impossível cumpri-lo. "A lei veio de uma maneira que é praticamente inaplicável. A multa veio em um tipo de unidade de dinheiro que não existe mais, em Ufir. É impossível aplicá-la. E o projeto também não estabelecia critérios da qualidade dos alimentos", justificou.

Serra afirma que pretende desenvolver um projeto com teor semelhante com as cantinas escolares. "Eu, pessoalmente, tenho horror de coxinha de galinha. Elas têm tudo menos galinha, é só gordura", disse.