SISTEMA DE ENSINO
As lições de Nova York
A reforma no sistema de educação pública da cidade americana revela o beabá de uma Educação de Qualidade
Foto: Madalena Leles
"A gestão compartilhada entre setor público e privado nas escolas de Nova York mostra que parcerias podem melhorar a educação"
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Altas taxas de evasão escolar, professores desmotivados e alunos com baixíssimo aproveitamento. A descrição parece se aplicar ao Brasil de hoje, mas refere-se, na verdade, à cidade de Nova York antes de uma reforma educacional. Uma série de medidas elevou a qualidade do ensino e fez com que a cidade fosse considerada um dos sistemas com trajetória de forte melhoria no mundo, segundo um relatório da consultoria Mckinsey, divulgado em 2008.No último dia 3, a Fundação Itaú Social e o Instituto Fernand Braudel receberam Chris Cerf, subsecretário do Departamento de Educação de Nova York, em evento no Instituto Itaú Cultural. O objetivo era apresentar o Brasil a trajetória desta reforma e reverberar as boas idéias. Além disso, lançar a publicação A Reforma Educacional de Nova York: Possibilidades para o Brasil. Participaram também o vice-presidente da Fundação Cultural, Antônio Matias, pesquisadores do Instituto Braudel, Patrícia Guedes e Norman Gall, e o presidente do Grupo Abril, Roberto Civita.
O evento buscou evidenciar os baixos índices, a violência no ambiente escolar e a importância do estímulo aos professores, da autonomia da escola e discutir possibilidades para o Brasil. "Pesquisas mostram que população brasileira está satisfeita com a qualidade da Educação no país. Precisamos informar o público sobre a real situação do ensino no Brasil e gerar insatisfação. Isso produz resultado!", disse Roberto Civita durante o lançamento.
Em Nova York, os principais eixos da reforma foram o acompanhamento e apoio ao professor em sala de aula e o envolvimento dos pais nos esforços de melhoria da aprendizagem. Programas alternativos para contratação e formação de educadores, autonomia para os diretores e a participação da iniciativa privada completam as estratégias usadas para alavancar o ensino.
As experiências educacionais da cidade americana podem ser adaptadas para a realidade brasileira, inspirando gestores, professores, empresários e políticos interessados em se engajar na melhoria da qualidade de ensino no país. Em São Paulo, por exemplo, já funciona uma parceria público-privada baseada nessas ideias em 10 escolas estaduais.
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