O governo de SP autorizou  a contratação de professores  que não tenham prestado um  exame de seleção. 
A resolução já está em vigor. A secretaria diz que a  norma, publicada ontem no  "Diário Oficial", é só uma garantia caso faltem professores temporários  (não concursados). Primeiro, são chamados os concursados e depois,  os temporários que passaram pela avaliação.
A norma prevê ainda que  formados em pedagogia poderão dar aulas, de forma  emergencial, de matérias específicas -como física, química e matemática.
Não foram divulgados números sobre o deficit de docentes nem sobre o de  alunos  que estão sem aulas por falta  de professor. A secretaria informou apenas que há carência na área de  exatas.
Os sindicatos do setor afirmam que a falta de docentes  é generalizada. O próprio governador Alberto Goldman  (PSDB) reconheceu anteontem que há deficit.
"A Secretaria da Educação  já constatou e está fazendo  todo o esforço para que sejam formados professores na  área de física. Parece que  ninguém quer ser professor  de física, não sei por quê."
200 DIAS FORA
Para os sindicatos, o governo enfrenta dificuldades  para contratar por ter determinado que os temporários  não podem dar aulas por  anos consecutivos.
Segundo lei aprovada em  2009, eles precisam ficar 200  dias fora da rede após um  ano de trabalho. A ideia do  Executivo é evitar que os  temporários se transformem  em permanentes, sem ter  prestado concurso.
Sindicalistas dizem que o  propósito é evitar a caracterização de vínculo empregatício, que  elevaria os gastos.  Também não houve tempo  de chamar os 10 mil aprovados em concurso, aplicado  no início do ano, que poderiam substituir parte dos cerca de 80 mil  temporários.  Os não concursados representam cerca de 40% de todo  o corpo docente da rede.
Em nota, a secretaria negou que a "quarentena" para  os temporários tenham prejudicado a distribuição de  aulas -mas não deu mais detalhes sobre o assunto.
BANCO DE CANDIDATOS
A pasta afirmou ainda que a resolução apenas cria um banco  de candidatos, que só serão chamados em caso de emergência.
Disse ainda que "a norma só foi  publicada porque este é um ano  eleitoral, quando não poderá  ser feito novo concurso de admissão ou nova seleção".
A Secretaria da Educação  enfrenta dificuldades em  preencher os postos nas escolas desde o início do ano.
Após a aplicação da prova  dos temporários, a pasta verificou que o volume de aprovados seria  insuficiente e  permitiu que reprovados  também fossem chamados.  Eles foram classificados segundo a nota do exame.
Cerca de 40% dos professores não atingiram o desempenho mínimo  necessário  (metade das 80 questões).
"Agora, poderá dar aula  até quem nem fez o concurso.  Liberou geral", disse o presidente da Udemo (sindicato  dos diretores), Luiz Gonzaga  Pinto. "Já é quase meio do  ano e várias escolas estão  sem todos os professores."
"Primeiro o governo avalia  e exclui. Aí, vê que falta professor. Não há organização",  diz a presidente da Apeoesp  (sindicato dos docentes), Maria Izabel Noronha. Segundo  ela, os maiores deficit são em  química, biologia e física.
 
 
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